domingo, 20 de março de 2011

#Utopia

As madrugadas sempre trazem os pensamentos que tanto esforço-me para evitar. Esquecê-los? Um desejo utópico. Não há saída para quem ama sem precedentes. Sinto que as reflexões realizadas pelas noites são mais claras e sinceras. Não há ninguém para ouvir ou julgar. Nestes momentos não existe mais razão para continuar a mentir para sí próprio. Carrego verdades que desejo intensamente que se tornem mentiras, e escuto mentiras que imploro para tornarem-se verdades. Só por uma noite.
Suas palavras ecoam em mim, seus gestos, seus sorrisos. Tudo faz parte de uma falsa idealização construída sobre nós dois. Jamais poderei subestimar sua enorme capacidade de controlar tudo e todos ao seu redor. Hipócrita, ao menos, eu seria se contestasse tal habilidade, uma vez que me sinto tão vulnerável quando estou ao seu lado. Já procurei maneiras, saídas ou qualquer condição de refúgio, porém, é impossível negar o explícito. O coração sabe, ele sente e ele pede, ele clama por ti. Sabe que não está em minhas mãos decidir nosso destino. Ao menos temos um destino? Ao menos, alguma vez eu poderei ter certeza de suas palavras? Tuas frases tão pouco pontuadas trazem tanta ambiguidade para o meu entendimento, que com tanto tempo de convivência tornou-se possível designar o propósito do seu jogo: manter-me aqui. Bem aonde estou, servindo-lhe da maneira que mais convier. Por que simplesmente não partir, uma vez que sua personalidade revela aos poucos tantas falhas, dúvidas e incertezas? A todas essas perguntas cujas quais procuro febrilmente por alguma resposta, as madrugas trouxeram uma simples conclusão: Ficar dói, e partir mata.

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