domingo, 14 de dezembro de 2014

#Incêndio

O beijo sob a chuva. A bagunça de todo e qualquer sentido. O amor que sentimos. Eu me perdi em seu toque, esqueci tudo ao redor: O trânsito, os pedestres, os boêmios, os garçons, o semáforo, a conta em cima da mesa, os carros, as buzinas apressadas. Eu, muito menos consciente de todos os meus movimentos do que já me é normal, mergulhei no teu corpo. Assim, de cabeça. A minha melhor viagem. Invadi um abraço que já me era oferecido há algumas horas. Não precisei de muito para desaprender o pouco que sei sobre não ser eu mesma. Bastou sentir o seu perfume. Bastou lembrar-me das rosas. Eu não sei desprotagonizar este papel de apaixonada aos teus detalhes mais escondidos e escancarados. Eu não sei te amar com regras. E quando o assunto às diz repeito, eu lhe digo sem a menor decência ou mal-estar: Adoro quebrá-las. Sinto prazer em quebrá-las. Tenho sede.
E você, como quem sabe e compartilha o meu gosto pelo proibido, provoca toda e qualquer sanidade que me resta. Me bagunça. Eu o fiz. Como quem tira tudo do lugar, eu adentrei o cômodo e abandonei o incômodo.

Eu não saberia descrever a implosão de sentimentos que ocorreu-me por debaixo da pele naquele momento. Meu corpo era pouco mais do que um campo minado, e cada toque, um perigo ardente. Não havia sequer possibilidade de cessar-fogo. A verdade é que essa combinação de pólvora e flama nos cai muito bem. O incêndio que nos consome todo e qualquer oxigênio. A intensidade de ter, de ser, de amar a faísca que nunca se apaga(rá).

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