terça-feira, 13 de maio de 2014

#Menina

Ela pousou o olhar em mim.
Quem poderia explicar o motivo, senão o amor? O amor, aquele mal falado, desacreditado, desencontrado. Esqueceram-se como amar, porquê amar, a quem amar.
Ela entrelaçou seus dedos nos meus em um gesto de timidez. E eu, perdida em seus encantos, decidi conduzir a dança. Era bossa nova, um violão. Um samba na contra-mão.
Desde então, o medo habita meus pensamentos tentando debilmente interferir na felicidade em que se encontra o meu coração. Pois bem, gritam em uníssono:
Por que, dentre tantas graciosidades, os olhos dela escolheriam os teus? Por que, dentre tantas vozes em uma canção, ela prefere ouvir a tua?
Por que, dentre tantas comicidades, ela lhe sorri?
Ela sorri para mim. É verdade.
Por vezes, pelas minhas palavras; Em outras, pelos meus gestos.
Mas há ainda, alguns outros momentos em que não há sequer um motivo.
E novamente:
Quem poderia explicar a falta de motivo, senão o amor? O amor, aquele mal falado, desacreditado, desencontrado. Esqueceram-se como amar, porquê amar, a quem amar. Vai ver nunca soubemos.
Ela dormiu embaraçada em mim, tão delicada. Sob os meus cuidados desajeitados. Eu mal queria me mexer. Seria arriscado demais qualquer movimento que pudesse acordá-la. Adormeci também. A lua somada às estrelas, o perfume dela.
Por que, dentre tantos abraços, ela esqueceria-se no meu?
Por que, dentre tantos carinhos, ela escolheria os meus?
Por que, dentre todos, tantos, tudo... eu?
Quem poderia explicar, senão o amor? O amor, aquele mal falado, desacreditado, desencontrado. Esqueceram-se como amar, porquê amar, a quem amar. Vai ver nunca soubemos. Vai ver eu aprendi.
Uma menina me ensinou.