domingo, 14 de dezembro de 2014

#Incêndio

O beijo sob a chuva. A bagunça de todo e qualquer sentido. O amor que sentimos. Eu me perdi em seu toque, esqueci tudo ao redor: O trânsito, os pedestres, os boêmios, os garçons, o semáforo, a conta em cima da mesa, os carros, as buzinas apressadas. Eu, muito menos consciente de todos os meus movimentos do que já me é normal, mergulhei no teu corpo. Assim, de cabeça. A minha melhor viagem. Invadi um abraço que já me era oferecido há algumas horas. Não precisei de muito para desaprender o pouco que sei sobre não ser eu mesma. Bastou sentir o seu perfume. Bastou lembrar-me das rosas. Eu não sei desprotagonizar este papel de apaixonada aos teus detalhes mais escondidos e escancarados. Eu não sei te amar com regras. E quando o assunto às diz repeito, eu lhe digo sem a menor decência ou mal-estar: Adoro quebrá-las. Sinto prazer em quebrá-las. Tenho sede.
E você, como quem sabe e compartilha o meu gosto pelo proibido, provoca toda e qualquer sanidade que me resta. Me bagunça. Eu o fiz. Como quem tira tudo do lugar, eu adentrei o cômodo e abandonei o incômodo.

Eu não saberia descrever a implosão de sentimentos que ocorreu-me por debaixo da pele naquele momento. Meu corpo era pouco mais do que um campo minado, e cada toque, um perigo ardente. Não havia sequer possibilidade de cessar-fogo. A verdade é que essa combinação de pólvora e flama nos cai muito bem. O incêndio que nos consome todo e qualquer oxigênio. A intensidade de ter, de ser, de amar a faísca que nunca se apaga(rá).

sexta-feira, 28 de novembro de 2014

#Rascunho

Tem poesia nova em meus acordes de violão. Quase emudecidos, canto baixinho para que ninguém possa me ouvir. Minha obra sempre foi silêncio e eu não me orgulho disso. O dom dispensável de dizer quase tudo sem usar sequer uma palavra. São frações de segundo que se estendem por algumas horas entre quatro paredes que são testemunhas caladas. Fiéis.

A tudo o que sou, que sei, que já não sei mais.

terça-feira, 14 de outubro de 2014

#Biografia

Ela é apaixonada pelo meu jeitinho atrapalhado. Pelas covinhas que pontuam os cantos do meu sorriso. Ela me observa observar o mundo com tanta estranheza. Com a inocência e a curiosidade de uma criança. E por vezes, eu sei que sou. Ela segura minha mão.
A verdade é que eu me perco em minhas próprias conclusões. Eu me distraio na correria da cidade, nas conversas paralelas, nas confusões do dia a dia. Tudo me é efêmero e encantador, ao mesmo tempo. Enquanto isso ela sorri. Eu não saberia lhe dizer em que momento eu percebo. Mas de repente, em um instante, minha atenção é assaltada a mãos desarmadas.
Eu, que em um momento era coadjuvante, uma espectadora trivial, passo ao papel principal da peça: sou assistida. Demora alguns segundos para resolver a equação dos meus próximos movimentos.
Enquanto isso, ela continua sorrido. Quase dá uma risada de todo meu embaraço. Algo sempre me diz que ela já sabe que eu sei que ela sabe, mas então, finjo que nada sei.

É muito intangível para qualquer poesia. Os nossos sinais e interpretações, os olhares entrelaçados aos sorrisos mais indiscretos. O amor é um espectro de cores infinitas condensadas no diamante dos seus olhos. Jóia rara, menina.

domingo, 14 de setembro de 2014

#AoLadoDela

Segunda-feira vai ter um despertador preguiçoso, com alguma bossa ou samba de contramão. Eu vou abrir os olhos dentro de um quarto semi iluminado pelo brilho do sol que vem de fora. Ela vai estar de olhos fechados, fingindo que não ouve os primeiros sinais de dia. Eu vou reclamar do sonho interrompido e logo perceber com aconchego que pouco importa o sonho diante daquela majestosa realidade. Eu vou sorrir. Seu corpo exposto tão perto ao meu, como uma pintura em tela, é a minha melhor viagem e aventura. Eu me perco em teus detalhes com os olhos quase inocentes de todas as belezas e maravilhas que te compõem.
Nossa preguiça vai dar inveja ao barulho de fora que, por horas, já começou a se manisfestar. Os teus beijos entre sorrisos pela manhã serão o meu melhor bom dia, e disso tenho toda certeza. Sei que não serei capaz de me vestir para o dia que seguirá sem o seu toque, o seu despertar, sua voz, seu olhar.

Nas quartas-feiras eu vou escrever um artigo para algum jornal importante e analisar os indicadores macroeconômicos da semana. Por outro lado, ela vai sair as pressas, no limite do atraso e do jeitinho descuidado, para ensaiar no caminho os textos que o diretor passara na semana anterior. Mas em segredo, eu te confesso, que os corredores de nossa casa são o seu melhor palco. São em seus momentos distraídos que eu lhe admiro passar.

Nas sextas-feiras eu vou chegar em casa depois de compor uma canção boêmia que mistura qualquer coisa de bom gosto. Vou estar cansada de tanto café e acordes de violão, das conversas com a roda de sambistas que eu dei sorte de conhecer pelos cantos da cidade cinza. Ela vai estar em casa acendendo um incenso, cheia de sorrisos e meditação, e então, já vou saber de imediato: Ela conseguiu o papel. Na secretária eletrônica haverá mil e um elogios e grito de familiares e amigos, alguns recados das vozes conhecidas dizendo que vão passar depois das nove para comemorar.
Vai ter música brasileira, dança de baianos, paulistas, cariocas e mineiros. O vinho barato do supermercado. Nós seremos uma mistura do Brasil inteiro, e ela será a mulher mais bonita daquele lugar. A nossa casa vai ser hospedaria para todo tipo de alegria. Porque são poucos que sabem o segredo da vida: Comida boa, cerveja gelada e amor demais no coração.

domingo, 24 de agosto de 2014

#Praça

Quando eu me casar com ela, vai ser pôr do sol. Quando eu me casar com ela, vai ter areia, barulho de mar. Eu vou estar nervosa e me perguntar cerca de dez vezes por segundo se ela virá. Quando eu me casar com ela, minhas mãos vão estar suando. Eu vou estar nervosa e pensar cerca de vinte maneiras sobre como tudo pode dar errado. Quando eu me casar com ela, eu sei que no momento em que ela chegar, eu vou me esquecer. Eu vou me esquecer das trinta preocupações. Vou esquecer que horas são. Vou esquecer de tudo e todos, naquele instante em que ela chegar. Quando eu me casar com ela, os sorrisos conhecidos vão estar por lá. Eu quase posso sentir a presença de cada um dos convidados. Eles vão se lembrar dos meses em que eu e ela escondíamos o sentimento com o olhar, e vão rir da nossa cara como quem diz "eu sempre soube!". Vão lembrar daquelas nossas histórias, das nossas brigas sem sentido, das piadas que ninguém entende. Vão reclamar daquele jeitinho como quem diz "amamos vocês". E nós, ao olharmos aqueles sorrisos, nos lembraremos de pelo menos quarenta loucuras que já fizeram por nós. E sabemos que sem eles talvez não conseguiríamos. Todo mundo sabe, não é pouca coisa que a gente já passou, e eu sei que mal começou. Eu sei que não posso dizer se todo dia será bom, mas com certeza ela será a melhor coisa de todos os meus dias. E isso é tudo o que eu preciso. Das mãos dadas. Do beijo na chuva. Do abraço de saudade.
Quando eu me casar com ela, eu vou ser menos atrapalhada e distraída, e ela vai brigar menos comigo. Quando eu me casar com ela, eu sei que a última frase não vai ser verdade. Porque a verdade de verdade é que a gente se reclama, se aponta, se grita, sai andando e logo volta. Volta correndo. Volta dizendo: ei! O meu lugar no mundo é aqui... Do seu lado.
Confesso que das coisas da vida, sei muito pouco, quase nada. Mas de uma coisa eu sei, e sei muito bem!
Eu quero descobrir tudo com ela. Porque desde setecentos e setenta e um dias atrás, eu sou, e quando eu me casar com ela, eu sei que serei a mulher mais feliz desse mundo - e eu quase não sinto muito por lhes roubar esse lugar.

quinta-feira, 24 de julho de 2014

#Quarta-Feira

Ela acordou ontem, as sete e trinta de um dia preguiçoso. O sono lhe dizia para fazer o contrário. O dia era pouco atrativo diante do calor insolente de uma cama vazia. Há alguns quilômetros de distância, sabe-se lá em que direção, eu repetia o mesmo cenário. Eis que para cento e noventa milhões de pessoas, com uma margem de erro de dez por cento para mais ou para menos, o dia de ontem era uma quarta-feira como outra qualquer. Se iria chover ou fazer sol, pouco importava. Talvez houvesse trânsito. Talvez não.
A verdade é que não era uma quarta-feira comum. Não para mim, não para ela. A menina que me tem nas mãos. Eu peguei o celular, digitei os números mais do que decorados, e ela atendeu.
Eu ouvi sua voz. De repente despertei. Notei que havia lá fora, provocando as janelas, um sol orgulhoso de toda sua graça. Eu não queria falar. Eu só queria ouvi-la.
Ela é o meu melhor sinal de dia, de vida, de ida.
Ela rumava para o desconhecido com o sorriso apaixonante. Eu rumava para a ansiedade com o sorriso apaixonado. Assim, combinamos. Assim, assumo que vivo de encantos. É difícil demais enquadrar-se à sobriedade dos dias quando se está de mãos dadas.

segunda-feira, 30 de junho de 2014

#Sentença

Sob a meia luz e um sorriso bossa nova, minha Garota de Ipanema.
A noite é fria, paulista, mas com o sambinha de pouca nota, tem gostinho carioca.
Menina que assalta a mãos desarmadas tudo o que sou.
Refém dos teus encantos, me conquista pelo olhar. Crime covarde.
Tenho vontade de dar-te o mundo em troca de um beijo seu, um carinho seu.
Assim, desejo roubar todas as rosas, todas as cores, os melhores perfumes.
De repente, de vítima insonte passo para réu de crime doloso. Mas por aí, nos bares, nos ares da vida, há muita gente para testemunhar o meu romance desmedido. Depoentes do meu desatino.

Como única defesa, anuncio:
Perdoem as minhas loucuras, são todas de amor.
Só peço que "ela" seja título para todos os meus dias. A preguiça doce da minha manhã. Dona de minhas noites, linda como os versos de Caetano... É mulher das estrelas. O motivo de toda poesia.

terça-feira, 13 de maio de 2014

#Menina

Ela pousou o olhar em mim.
Quem poderia explicar o motivo, senão o amor? O amor, aquele mal falado, desacreditado, desencontrado. Esqueceram-se como amar, porquê amar, a quem amar.
Ela entrelaçou seus dedos nos meus em um gesto de timidez. E eu, perdida em seus encantos, decidi conduzir a dança. Era bossa nova, um violão. Um samba na contra-mão.
Desde então, o medo habita meus pensamentos tentando debilmente interferir na felicidade em que se encontra o meu coração. Pois bem, gritam em uníssono:
Por que, dentre tantas graciosidades, os olhos dela escolheriam os teus? Por que, dentre tantas vozes em uma canção, ela prefere ouvir a tua?
Por que, dentre tantas comicidades, ela lhe sorri?
Ela sorri para mim. É verdade.
Por vezes, pelas minhas palavras; Em outras, pelos meus gestos.
Mas há ainda, alguns outros momentos em que não há sequer um motivo.
E novamente:
Quem poderia explicar a falta de motivo, senão o amor? O amor, aquele mal falado, desacreditado, desencontrado. Esqueceram-se como amar, porquê amar, a quem amar. Vai ver nunca soubemos.
Ela dormiu embaraçada em mim, tão delicada. Sob os meus cuidados desajeitados. Eu mal queria me mexer. Seria arriscado demais qualquer movimento que pudesse acordá-la. Adormeci também. A lua somada às estrelas, o perfume dela.
Por que, dentre tantos abraços, ela esqueceria-se no meu?
Por que, dentre tantos carinhos, ela escolheria os meus?
Por que, dentre todos, tantos, tudo... eu?
Quem poderia explicar, senão o amor? O amor, aquele mal falado, desacreditado, desencontrado. Esqueceram-se como amar, porquê amar, a quem amar. Vai ver nunca soubemos. Vai ver eu aprendi.
Uma menina me ensinou.

segunda-feira, 28 de abril de 2014

#Bilhete

Na madrugada calada, eu desejo tocar-lhe o rosto. Desejo admirar. Como admiro. Deslizo meus dedos suavemente pela pele semi iluminada sob o brilho da noite. Os seus olhos fechados são o meu sinônimo de paz. Beijo seu pescoço, como se não houvesse mais nada por perto, por fazer, por querer. A verdade é que não há. Se eu fosse confinada a fazer-lhe carinhos todos os dias de minha vida, eu adoraria. Sua companhia.
Por enquanto, agarro-me às noites de ouro, e aos telefonemas de insônia, e de sono. Sua respiração do outro lado da linha é um pedaço de você que dorme todas as noites comigo. É a sua presença, e por conseguinte, a minha paz. Falta pouco, tão pouco, para conquistarmos cada vez mais. E o prêmio, desta vez, será como nunca antes. Seu corpo embaraçado em mim, seu sorriso nos primeiros sinais de manhã, sua voz delicada dizendo meu nome. Os pequenos e grandes sonhos serão realizados, dia pós dia, a todo instante e momento. Tudo o que sei, meu amor, é que cada segundo nos deixa mais perto.

quarta-feira, 2 de abril de 2014

#Diagnose

Tenho em mim, todo o amor por ela. Refém da minha própria loucura, perco-me nas intenções destiladas de sedentos olhares, em muitos lugares... Diagnóstico: O ciúme equipara-se a uma substância ácida que nos corrói as entranhas, viaja pelo corpo que soa frio sem nenhuma racionalidade e/ou explicação. Petrifica-nos as pernas, cega os nossos olhos que buscam em vão um antídoto para sanar a súbita escuridão. E nosso peito, de repente, torna-se moradia para uma fera letal que esconde-se no porão da nossa alma, como uma reação involuntária à nossa adrenalina imensurável. Sentimos seus golpes, suas dores, arranhões e a urgente necessidade de dominar nossos punhos;
Contra o quê ou contra quem, jamais saberemos. No entanto, a bizarrice ainda maior entre a Guerra Fria de nosso íntimo e as temidas explosões, consiste na linha tênue de que tudo isso ocorre por debaixo dos tecidos da pele sem que ninguém possa notar. É uma angústia calada, um grito sem voz, um silêncio anêmico. Uma imbecilidade sem tamanho. Sentimos toda a energia débil, sem meios de poder utilizá-la.
Quanto tempo demora para domarmos e retomarmos as rédeas de nossos próprios sentidos, eu não saberia dizer. Mas há um remédio que não precisa de prescrição. Não há contraindicação, e é a cura para todo mal. O sorriso dela, entre vozes e movimentos que cercam o nosso redor, de repente emudece o ambiente. É uma paz que me invade sem pedir licença ou permissão. E então, meus olhos ébrios de tanta beleza, esquecem-se de todos os motivos fúteis, desabitados de sentido que causaram minha implosão. Tenho em mim, todo o amor por ela. Uma salvaguarda das minhas voláteis distrações.

sexta-feira, 21 de março de 2014

#MonPaix

Por um beijo sem pressa, como quem mata a sede devagarzinho. Um pôr do sol com preguiça de anoitecer. É verão nos seus olhos que incendiam os meus. Confesso minha poesia à tinta, sobre o papel em branco. É o meu amor em silêncio. 
Que a minha pele seja palco dos meus desejos. Que o meu toque seja calmo e delicado, mas nunca breve. Que eu me demore sobre seu corpo, como quem se esquece dos compromissos. 
Que o nosso amor seja o teu sorriso combinado com o meu. Que a única dor seja saudade. E os prazeres, incontáveis. Que a nossa soma, seja um. Desafiaremos a matemática. Dispensamos a razão. A cada noite, um novo sonho. Que não dê para contá-los nos dedos. 
O som da sua voz. Os seus carinhos confundidos com os meus. O seu jeitinho de abrir os olhos pela manhã. Os meus primeiros sinais de dia. Que a felicidade seja sempre companhia. 
Como uma rosa em um dia qualquer. És a minha parte mais bonita: 
O meu amor. A minha menina.

sexta-feira, 28 de fevereiro de 2014

#(re)Escrito

O meu corpo pede pelo seu. Pede o hálito quente, o beijo descompassado pela urgência de saciar a sede. O calor da pele, do toque, do sorriso. Nessa noite paulista de fevereiro, o céu lá fora, chora. É verão, os dias estão inundados pela pela preguiça da cidade.
Meu bem, escrevo para aliviar a saudade. Os telefonemas não dão mais conta do recado. Tenho lido alguns clássicos, adquirido alguns vícios, ouvido alguns discos e enriquecido o vocabulário. Tenho que ocupar os pensamentos enquanto os meus olhos não podem te ver.
Acordo todos os dias e penso em você. Quase como quem risca os dias em um calendário. Uma contagem regressiva. Nas pausas das minhas efêmeras distrações, mais saudade. mais vontade. Menos consciência das consequências de aparecer aí, na Bahia, com uma rosa nas mãos e um sorriso no rosto, como quem diz sem usar as palavras: Vim te ver.
Sou assim, de impulso. De lirismo. De romance. De você.

quarta-feira, 15 de janeiro de 2014

#Onze

Morena do sorriso no olhar. É a beleza das praias. Quando ela passa com toda sua graça, provoca incêndio nos olhares alheios, provoca meu peito que se afoga calado, em pensamentos, anseios, desejos, receios, e medos... Ela é como o sol do verão. Ela desfila em seu palco de areia e eu a admiro em seu caminho até o mar. Parece encontrar-se quando mergulha com profundidade nas águas claras que fazem jus ao seu encanto. O sol de janeiro se põe sob o sambinha que ela compõe em meu coração.
Sem saber, sem querer.

Tão linda.
Tenho tido as noites quentes, o calor do seu corpo. Tenho tido a vida com mais graça, os melhores dias de um ano novo. Eu peço em todos os momentos, quase como em uma oração:
Se demore em meus dias. Esqueça-se ao meu lado. Quero gastar minhas horas de vida beijando seus lábios. Quero cantar nosso amor baixinho, quase como um sussurro - poesia e melodia para que só você possa escutar, mais ninguém. Morena, a verdade é que eu troco tudo nesse mundo por qualquer coisa que lhe faça bem. Deixa eu cuidar de você, vem cuidar de mim. Quero o seu toque, sua pele, seu carinho, seus dedos entrelaçados com os meus.
O meu amor é confissão. Os meus desejos são votos devotos, egoístas da minha atração. Toda minha pressa é atrasada. Todo meu cuidado é delicado. Todo meu corpo reproduz um grito contido pela sua presença. E quando você chega, anuncia-se fevereiro: é carnaval. É dança. É cor. É ritmo. Amor.

#2014

Eu me assumo. Assumo tudo o que sou, tudo o que quero, tudo o que espero. Assumo meus medos, meus anseios, receios e desejos. Assumo minhas palavras e também o meu silêncio. Assumo que amo ela. Sou dela. Vai ver eu sempre fui. Assumo minha risada cheia de vida, meu choro desesperado, meu exagero desmedido. Assumo a minha poesia. O meu jeitinho atrapalhado. Tenho muitos 'eus' dentro de mim. Sou muitas em uma só. Sou a que ama. Amo muito. Amo sem pedir licença, sem bater na porta, sem tomar cuidado, amo em demasia. Mas eu não amo tudo.
Tenho os meus segredos, e eles se refletem quando paro em frente ao espelho. Não se pode mentir para si mesmo, e é por isso que me assumo. Assumo quem eu era, assumo quem eu sou. Assumo que eu mudo de ideia. Assumo de quem gosto, de quem não gosto, de quem ainda não sei. Assumo meus vícios, meus erros, meus acertos. Assumo que sei rir de mim, que acho graça da vida. E por que não?
Tenho aprendido tanto. Tenho dançado mais. Tenho cantado mais. Tenho sido o melhor que já fui. Mas eu ainda tenho tanto para querer. Eu não sei viver aos poucos. O sorriso dela me dá vida. O amor me dá vida. Ela me dá amor. Eu sou feita de tudo o que amo, de tudo o que quero, do que não quero, do que penso, do que sinto, do que bebo. Eu bebo os teus lábios para matar a sede. E as minhas vontades me guiam. E meu o amor me protege. Eu me assumo tudo, e ao mesmo tempo nada.
Ela me deu a mão e disse "Vem!". E eu dei, eu fui. E desde então tenho dito. Tenho sido feliz. Muito feliz. A mais feliz.

Bem vindo, dois mil e catorze.