terça-feira, 29 de março de 2011

#Frágil

Suas verdades são contundidas e o cinismo é o que mais lhe convém. Olhar ao redor e sentir-se menor, insuficiente, te faz reagir por impulso, chamar atenção. "Olha eu aqui. Eu também posso, eu também quero".
O que você quer? Ser o que não é, ter o que não lhe pertence. E qual o problema em querer um pouco a mais de afeto, mesmo que seja clamado? Nenhum. A carência machuca. Entretanto, tudo muda de figura a partir do ponto em que os valores são trocados, invertidos. O desespero impensado pelo destaque a qualquer custo, a qualquer preço, mesmo que isto implique em menosprezar quem está ao seu lado, quem sempre esteve, trocar-lhes por qualquer minuto desesperado de elogios vazios por pessoas desconhecidas, mata sua sede. Sede proveniente das verdades que tanto guarda e esconde, aí dentro de você.
O que te fez assim? Será que consegue admitir? Não lhe faltou amor, não lhe faltou afeto. Se faz de forte, mas o peso que carrega não tem base pra sustentar. Qualquer um que seja capaz de chegar e dizer o que você tanto tem medo de ouvir, destruirá seu império de falsa auto-confiança. E então? Tudo vai ruir. O caminho que você escolhe cursar, todos os dias, se torna cada vez mais estreito e difícil de acompanhar. Quem tanto lhe queria bem, foi obrigado a desistir, pois você não olhou para trás, não esperou. Precisa muito chegar a um lugar que não sabe aonde é. Precisa mostrar-se capaz, mas nem sabe de que.
Sinto muito pela sua visão equivocada. O amor tentou lhe avisar sucessivas vezes que para suprir suas necessidades, a alternativa não é reunir uma platéia de olhos que não se importam. Quem se importa estava  bem ao seu lado e você jogou fora. Que pena para ti. A ignorância das tuas percepções, custa-lhe a solidão. E agora estando em um palco, cercada de gente que não se importa, finalmente descobre-se só. E então, já é tarde demais. Estão longe e felizes os que sabem amar. Portanto não justifique-se com imaturidade, e nem venha dizer que lhe acomete a tal síndrome de Peter Pan, porque é chegada uma hora, em que até os mais frágeis tem que crescer.

domingo, 27 de março de 2011

#Insustentável

Chega-se um momento em que até o mais cego tem que enxergar, e até quem mais ama, tem que aceitar. Demora-se para entender, porém, a mudança vem e ela cobra. Prorrogar o inevitável, construir uma ilusão, só torna tudo mais difícil. Porém, ainda sim, parece ser sempre preferível viver uma mentira, agarrar-se a utopia dos nossos sentimentos, do que sentir-se a sós. Continuar a viver um ciclo interminável, no qual nós nunca ganhamos, nem nunca perdemos, é mais simples. A estagnação dói menos, pois simplesmente não saímos do lugar.
Há quanto tempo nós não somos hábeis a sair de onde estamos? O que nos mantém aqui é o amor ou será o medo? Por alguma razão, eu não me enxergo mais em você. Por alguma razão a mudança te levou pra longe de mim, e mesmo quando os olhos não querem ver, o coração sente. Meu amor é enorme, intenso. Ele transborda aqui dentro, clama por alguém que há muito tempo tem sido você. E apenas me diga, o que  podemos fazer quando a solução está além de nosso alcance? O que poderia ter feito eu, ou até mesmo você? Nada além de aceitar e entender. Talvez sempre soubéssemos desta divergência que possuímos. Sempre visível, o oposto que somos, mas também  presente, o amor indiscutível que aprendi a sentir por ti. Um começo único, um caminho difícil mas quem sabe, eventualmente, possamos criar um final digno. Não percebi quando os dias passaram, momentos aconteceram, porque nada mais parece ser o que um dia foi. Deparei-me com o vazio, com a verdade. E agora, o que fazer? Estou guardando tudo o que foi bom, tudo o que me ensinou, e tudo o que valeu a pena em nós. Descarto as discussões desnecessárias, as lágrimas sofridas, e as palavras que não devem ser ditas outra vez. Dói pensar que eu não consigo mais te enxergar, ou saber onde está. Algo se perdeu, e agora você é tudo o que não é mais meu. Se algum dia encontrar a peça que sumiu, saiba que sempre terá lugar ao meu lado. Então deixe-me te amar por uma última noite, porque pela manhã será melhor partir.

sexta-feira, 25 de março de 2011

#Redundância

Tenho consciência, sofrer por amor, é tão clichê. Meu cotidiano sempre foi tão desprovido de racionalismo, que algumas vezes sinto dificuldade em acreditar que o orgulho pode, eventualmente, ser amigável. Sempre desprezei tal sentimento, porque o que parece mesmo, é que ele está sempre no meio das coisas para atrapalhar o final feliz. Não gosto de redundâncias, mas sinto que sempre estou dando voltas pelos mesmos caminhos.
É tão difícil lidar contigo; Não encare como uma crítica ruim, porque acho que tudo o que é difícil vale mais a pena. No entanto, essa tarefa exige muitas vezes, mais do que tenho, mais do que posso e sentir-me insuficiente é decepcionante. Quando amamos alguém, nos descobrimos inseguros, fracos, e até chegamos a acreditar sermos dependentes da outra pessoa; Mas acontece que toda verdade contada, tem mesmo três lados. Quem conta daqui, quem conta de lá, e o que realmente acontece. É impossível deixarmos de ser narradores de primeira pessoa na nossa própria história. E contando pelos meus olhos, eu digo que dói, mas por alguma razão, vale cada esforço, cada segundo. Há muito tempo troquei algo chamado paz, por algo chamado amor. Não destroco, mas reclamo o tempo todo. Reclamo pois são as palavras que consolam, são as minhas palavras organizadas em frases que construo, que visam traduzir de alguma maneira, tudo o que se passa aqui, dentro de mim.

quinta-feira, 24 de março de 2011

#NãoQuerer

Existem dias em que abrir os olhos nos custa enxergar. Enxergar nos faz perceber, lembrar. Lembrar que te perdi, torna os dias tão mais difíceis de viver, dias em que o coração quase para de bater. As lágrimas desesperadas pela liberdade, fogem do meu controle. Nunca desejei estar aqui, nunca imaginei que haveria sequer possibilidade de algum dia, eu ter que estar longe de ti. Não costumo ganhar no jogo da saudade; Despedidas são as razões mais freqüentes para os meus hiperbólicos sofrimentos... Eu ouso sentir o mais improvável e sempre termino com a derrota pelo mais clichê dos sentimentos.
A ironia brinca com os meus sentidos e a controvérsia mora em mim. Não sei dizer "adeus", mas quero que anuncie sua partida. Não te impedirei de prosseguir, mas me arrependerei de cada palavra não dita, cada ato não concluído, cada dia em que não olhei mais fundo nos seus olhos e não agradeci por estar bem ali, ao seu lado.

segunda-feira, 21 de março de 2011

#Nostalgia

Mesmo que ainda esteja aqui, eu já sinto sua falta. Sinto falta das tuas palavras que ainda não foram ditas. Sinto falta dos teus abraços. Sinto falta do seu olhar, que tanto me adentra e compreende. É impossível não dizer, que apenas você me descreve com tamanha precisão, com tamanho entendimento e sabedoria. Onde estaria eu, onde estaria eu sem ter te conhecido? Arrependo-me de cada ato que não cometi para impedir esta situação, mesmo que não soubesse, não haveria  como saber, mas ainda assim... Culpo-me a todo instante por não ter tido algum relance de ideia, alguma atitude trocada, algo que simplesmente te deixasse ficar, que simplesmente prorrogasse a distância que assusta e anuncia sua chegada a todo momento. Quem sou eu sem ter você ao meu lado?
E agora, eu sinto o peso de cada segundo que não aproveitei, cada segundo que você sentiu minha falta e eu não estava lá. Eu não estive lá. A todo tempo meus dias tentaram avisar, secretamente, sem que o destino percebesse, mas eu com olhos vidrados para o que não interessa, para o que não vale tudo o que você significa para mim, não pude ver... Não poderia imaginar. Agora que tudo está perdido, eu sinto que o castigo é bem merecido.
Sinto que devo lhe perguntar, me perdoa por ter agido assim? Me perdoa por todos os dias em que lhe fui insuficiente? Me perdoa por ter sido ausente? Me perdoa por não ter estado com meu coração junto ao teu, quando mais precisava? Nada mais importa. Você pode, eventualmente, até perdoar, mas não há algo ou alguém que tire esta culpa, este peso que destrói, que corrói meu coração. Lágrimas escorrem, mas não aliviam. Quantas delas precisarão cair, até que eu finalmente me conforme com o tamanho do meu egoísmo?
Não, por favor, não pense nem por um segundo que estou lhe dizendo adeus. Apenas preciso dizer todas as palavras guardadas que imploram pela liberdade, sobem pela garganta e não dá mais para negar. Verdades que tanto guardei.
Às vezes sou capaz de pensar que seu papel em minha vida foi de importância extrema. Proteção, conversas, conselhos, abraços, olhares. Quanta coisa eu carrego de ti, aqui dentro de mim. Carrego a imensidão do amor que você me ensinou a ter, que você me ensinou a sentir, e agora mais do que nunca, a medir os valores. Incomparável, Inacabável e Inabalável, é o que sinto por você.

domingo, 20 de março de 2011

#Utopia

As madrugadas sempre trazem os pensamentos que tanto esforço-me para evitar. Esquecê-los? Um desejo utópico. Não há saída para quem ama sem precedentes. Sinto que as reflexões realizadas pelas noites são mais claras e sinceras. Não há ninguém para ouvir ou julgar. Nestes momentos não existe mais razão para continuar a mentir para sí próprio. Carrego verdades que desejo intensamente que se tornem mentiras, e escuto mentiras que imploro para tornarem-se verdades. Só por uma noite.
Suas palavras ecoam em mim, seus gestos, seus sorrisos. Tudo faz parte de uma falsa idealização construída sobre nós dois. Jamais poderei subestimar sua enorme capacidade de controlar tudo e todos ao seu redor. Hipócrita, ao menos, eu seria se contestasse tal habilidade, uma vez que me sinto tão vulnerável quando estou ao seu lado. Já procurei maneiras, saídas ou qualquer condição de refúgio, porém, é impossível negar o explícito. O coração sabe, ele sente e ele pede, ele clama por ti. Sabe que não está em minhas mãos decidir nosso destino. Ao menos temos um destino? Ao menos, alguma vez eu poderei ter certeza de suas palavras? Tuas frases tão pouco pontuadas trazem tanta ambiguidade para o meu entendimento, que com tanto tempo de convivência tornou-se possível designar o propósito do seu jogo: manter-me aqui. Bem aonde estou, servindo-lhe da maneira que mais convier. Por que simplesmente não partir, uma vez que sua personalidade revela aos poucos tantas falhas, dúvidas e incertezas? A todas essas perguntas cujas quais procuro febrilmente por alguma resposta, as madrugas trouxeram uma simples conclusão: Ficar dói, e partir mata.

sábado, 19 de março de 2011

#Impossibilidade

A vida de repente se tornou singela, e o coração começa a bater de maneira mais lenta. Parece tão pesado, parece exigir um esforço enorme para que continue a realizar sua função, sem possuir mais um real objetivo.
O que você representou para mim, pessoa alguma jamais representará. O que eu sinto por você, jamais mudará. Seja ao meu lado, ou seja longe, meu coração sempre irá bater por você. E então, a cada batimento, eu sentirei a dor de estar distante, mas dor alguma jamais será comparada com o amor que carrego em mim. É o amor que nos mantém vivos, para além das injustiças cometidas contra nós. Você sempre saberá aonde me encontrar, e eu sempre estarei contigo, não importando as circunstâncias impostas. Não me esquecerei de nada, e sei que para nós, o fim é inexistente.

sexta-feira, 18 de março de 2011

#PorVocê

Talvez um dia as coisas mudem. Dizem que tudo muda, eu digo que tudo sempre muda. No entanto, quando as minhas palavras fazem referência a ti, elas tornam-se vazias e desprovidas de significado. Eu não consigo ver meu coração mudar de lado, não consigo transcrever as horas que passo tentando encontrar uma mínima fresta de solução para todas as perguntas que você me traz. Você não sabe, e pode nunca chegar a saber, ou entender, a angústia que congela os meus batimentos, ou o tremor que me toma toda vez que penso em um eu sem um você.
Chego a indagar se a respiração pararia, se os movimentos falhariam, ou se ao menos as palavras faltariam no caso de eu ter que te ver partir pra longe. Você já me disse adeus tantas vezes, que os meus pesadelos circundam as órbitas das despedidas mais frias e duras, algumas das quais eu já enfrentei. E é irônico analisar racionalmente sobre isto, porque eu nunca lhe fui racional. Você sempre teve meu coração junto ao teu, de graça, sem pedir, sem cobrar. E esse talvez tenha sido o maior motivo pelo qual nunca tenha dado valor à ele. Independente das milhões de formas que já me fez sofrer, te deixei voltar. O orgulho nunca foi meu melhor amigo. Você fez o que queria comigo, com todo amor que depositei em ti, e no final, eu simplesmente te deixei voltar, te devolvi todos os estilhaços restantes, todas as partes quebradas que você abandonou.
E você fez outra vez. E mais outra. E mais outra.
E eu? Simplesmente entreguei-me a todas as oportunidades, pois preço nenhum parecia igualar-se à dor de te perder. Por conseqüência, eu sofria e recuperava-me quando você sorria de volta para mim. Parece coisa de louco? Parece coisa de amor. Há quem diga que amor verdadeiro é saudável, é calmaria. Não nego que parece uma boa analogia; No entanto, entrego-me às velhas tradições, aonde o costumeiro sofrimento vem antes. Talvez durante, para sempre. Te amar é algo de altos e baixos, não dá para saber quando vais embora, e nem quando irás voltar. Não dá para saber se é recíproco, ou se é apenas conforto. Não dá para ler seus olhos, eles são muito bem treinados para não revelar o que está por debaixo. Não dá para ser previsível quando minhas palavras fazem referência a ti. Não dá para sempre ganhar, mas sei que também não dá para sempre perder. Não dá mais para viver, se não for por você.