segunda-feira, 28 de abril de 2014

#Bilhete

Na madrugada calada, eu desejo tocar-lhe o rosto. Desejo admirar. Como admiro. Deslizo meus dedos suavemente pela pele semi iluminada sob o brilho da noite. Os seus olhos fechados são o meu sinônimo de paz. Beijo seu pescoço, como se não houvesse mais nada por perto, por fazer, por querer. A verdade é que não há. Se eu fosse confinada a fazer-lhe carinhos todos os dias de minha vida, eu adoraria. Sua companhia.
Por enquanto, agarro-me às noites de ouro, e aos telefonemas de insônia, e de sono. Sua respiração do outro lado da linha é um pedaço de você que dorme todas as noites comigo. É a sua presença, e por conseguinte, a minha paz. Falta pouco, tão pouco, para conquistarmos cada vez mais. E o prêmio, desta vez, será como nunca antes. Seu corpo embaraçado em mim, seu sorriso nos primeiros sinais de manhã, sua voz delicada dizendo meu nome. Os pequenos e grandes sonhos serão realizados, dia pós dia, a todo instante e momento. Tudo o que sei, meu amor, é que cada segundo nos deixa mais perto.

quarta-feira, 2 de abril de 2014

#Diagnose

Tenho em mim, todo o amor por ela. Refém da minha própria loucura, perco-me nas intenções destiladas de sedentos olhares, em muitos lugares... Diagnóstico: O ciúme equipara-se a uma substância ácida que nos corrói as entranhas, viaja pelo corpo que soa frio sem nenhuma racionalidade e/ou explicação. Petrifica-nos as pernas, cega os nossos olhos que buscam em vão um antídoto para sanar a súbita escuridão. E nosso peito, de repente, torna-se moradia para uma fera letal que esconde-se no porão da nossa alma, como uma reação involuntária à nossa adrenalina imensurável. Sentimos seus golpes, suas dores, arranhões e a urgente necessidade de dominar nossos punhos;
Contra o quê ou contra quem, jamais saberemos. No entanto, a bizarrice ainda maior entre a Guerra Fria de nosso íntimo e as temidas explosões, consiste na linha tênue de que tudo isso ocorre por debaixo dos tecidos da pele sem que ninguém possa notar. É uma angústia calada, um grito sem voz, um silêncio anêmico. Uma imbecilidade sem tamanho. Sentimos toda a energia débil, sem meios de poder utilizá-la.
Quanto tempo demora para domarmos e retomarmos as rédeas de nossos próprios sentidos, eu não saberia dizer. Mas há um remédio que não precisa de prescrição. Não há contraindicação, e é a cura para todo mal. O sorriso dela, entre vozes e movimentos que cercam o nosso redor, de repente emudece o ambiente. É uma paz que me invade sem pedir licença ou permissão. E então, meus olhos ébrios de tanta beleza, esquecem-se de todos os motivos fúteis, desabitados de sentido que causaram minha implosão. Tenho em mim, todo o amor por ela. Uma salvaguarda das minhas voláteis distrações.