sábado, 29 de junho de 2013

#Protagonista

No caos de uma cidade que não para, a minha timidez embriagada chamou seu nome em meio a um sorriso. Foi sob um céu em que as estrelas se escondem, que eu te beijei pela primeira vez. Éramos um só, na última semana de outono, no décimo quarto dia do mês.
Foi a primeira cena do romance, drama e comédia que começamos inconscientemente a escrever. Abrimos as cortinas. Os meses passaram e somaram à nossa história inúmeros momentos inesquecíveis. Trocávamos constantemente de cenário e figurino; Incorporaram-se ao nosso enredo desplanejado, personagens coadjuvantes e essenciais para a harmonia do nosso espetáculo. Apaixonei-me aos poucos e cada vez mais pelos nossos altos e baixos, pela urgência crescente que tomou conta dos nossos corações. E então, no roteiro da minha vida sob sua direção, você tornou-se protagonista. E para este papel, eu só aceito você. É com o seu sorriso, seus olhos, suas falas, e tudo o que te compõe que eu quero contracenar.
Eu coleciono nossos melhores momentos e os detalhes escondidos no vão das madrugadas. Nós sabemos atuar em qualquer gênero, sabemos inspirar quem nos assiste. Desde as risadas mais sinceras aos beijos cálidos de cinema, e as lágrimas mais puras de saudade. Somos, segundo à critica, "o casal que combina mais". 
Foi no caos de uma cidade que não para, que os nossos rascunhos transformaram-se em obra prima. No entanto, as casas de praia, o céu em demasia estrelado e as noites em frente ao mar, foram os cenários dos quais guardamos os momentos mais doces para relembrar. É como se eu sentisse nos lábios um gosto seu, toda vez que transporto meus pensamentos para aquelas datas. Sei que muitas outras estão por vir. Nossa história está em constante construção. Preenchemos páginas e palcos com as emoções mais bonitas de sentir.
Eu não peço um final feliz, pois não me cai bem essa tal ideia de final. Eu peço para nós toda a felicidade que pudermos almejar, todo amor que houver nesta vida, e todas as letras de músicas apaixonadas, capazes de descrever e traduzir nossa história em meio a tantas outras paralelas. Que sorte infinita, ou destino perspicaz, minha vida ter esbarrado na sua.
Nós escrevemos nossas cenas, atos e capítulos, a cada nova hora, minuto e segundo. Em par, em paz, em conjunto. Minha caligrafia com a sua, perfeita harmonia. Está em todo e qualquer parágrafo, mas mesmo assim eu quero dizer: Eu amo amar você.
Vem cá, deite-se ao meu lado? Vamos esperar amanhecer. Esquecer a pressa do mundo lá fora, pois temos uma vida inteira para escrever.

quarta-feira, 26 de junho de 2013

#UmSó

Era um simples rabisco de um passo de dança, e a melodia, a bossa nova de algumas décadas atrás. Na distância que se mede por alguns meses somados, abri os olhos novamente, e desta vez não ousei olhar pelos ombros. Eu reencontrei voz aos poucos, por meio do brilho incessante que escondia-se por detrás do seu olhar. Durante inúmeras madrugadas embriagadas, na cidade, nos bares, nas casas de praia ou em frente ao mar, seu tom de voz casou-se com o meu, e acompanhou-me tão fielmente, desde as músicas mais antigas até as mais recentes, que eu mal conseguia parar de dedilhar as cordas do meu violão.
Eu fazia piada para disfarçar o sorriso que vinha da alma toda vez que os meus lábios encontravam os teus. Ouvir a sua voz em conjunto com a minha, é como deixar a vida entrar novamente em meu coração, sentir o oxigênio inflar os pulmões com toda sua majestosidade.
Desde um primeiro beijo nem-tão-roubado-assim, construímos pouco a pouco, mais, muito mais do que poderia eu, ter imaginado. Acordo no perfume incessante do seu abraço, olho para lado e tenho o seu maço de cigarros, sede do seu beijo e o gosto de quero mais que você me deixa toda vez em que se vai.
Na febril anomia que encontro-me todos os dias, por essa vontade-de-você, eu subtraio os segundos da contagem regressiva e peço o seu corpo junto ao meu, para explorar esta saudade na ternura das madrugadas, das manhãs, tardes e noites sob o céu infinito que, com toda a sua graça, faz questão de nos abrigar.
Somos um só. Há trezentos e quarenta e oito dias, ou talvez, muito mais.

"Sem você eu sumo
Eu morro de fome
Eu perco meu omuя
Eu fico menor...

Eu tenho o seu gosto
Eu sou do seu jeito
A cor do seu rosto
Eu já sei de cor".