domingo, 15 de julho de 2012

#Overdose

É tão amargo o gosto do vazio, aquele de uma vida sem amor. A realidade sóbria parece embriagar de tédio toda a ternura de viver. Eu tenho amadurecido alguns pensamentos, mas estes ainda são crus de explicações. O subjetivo sempre foi meu melhor defeito. Talvez eu só sinta demais, pense demais, ame demais.
Os excessos são risco de vida, e eu os bebo em um gole só. Sinto falta dos prazeres proibidos, da fração de segundo que tínhamos para não apenas somar, mas sim, multiplicar amor. Era muito sem graça e sem cor, a monotonia da normalidade. Dividir o tempo ao seu lado, era como embebedar-me das tuas doses sem qualquer preocupação com os efeitos colaterais. Na ausência, as lembranças e as memórias ecoavam em meus pensamentos como bombas de endorfina para alívio imediato. Amar é sede de viver, de sentir, de querer. 
Hoje, todos os efeitos são reversos, pois eles apagam do rosto um sorriso parvo, sem muito conteúdo a oferecer. Hoje, todos os batimentos de um coração cansado são ébrios de saudade, perturbados pela perversa ironia das datas atuais, aniversariantes pelos trezentos e sessenta e cinco dias que rascunharam nossa história.

Nota: Sobredosedose excessiva ou overdose são termos utilizados cientificamente para denominar a exposição do organismo a grandes doses de uma substância química, seja ela um medicamento, uma droga ou outros. Popularmente, refere-se à exposição a doses excessivas de uma droga, ocorrendo ou não a intoxicação, isto é, havendo ou não sinais e sintomas clínicos que debilitam o organismo, provocando a falência de órgãos vitais como coração e pulmões, podendo levar à morte, sendo uma das suas principais causas entre dependentes químicos.

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