sexta-feira, 13 de maio de 2011

#MeuPesar

Sinto-me incapaz de reviver aqueles dias outra vez. Dias frios e amargos que deixaram marcas eternas, feridas que ainda custam a se fechar. O medo daqueles longos momentos jamais sumiu de dentro de mim. Parecia inegável o risco de que algum dia eu passaria por isto de novo, pois eu sentia, eu sabia. Não sei como haveria eu de saber, mas sabia.
Talvez por algum tempo tenha conseguido esquecer ou enganar os sentidos, mas foi erro meu baixar a guarda para você. Simplesmente porque você fez outra vez.
Você não faz ideia de como é sentir-se desta maneira, você não faz idéia de como estes pensamentos matam, doem. Dói demais pensar em te perder, e dói mais ainda reviver a mesma história, o mesmo erro, a mesma dor. A dor impiedosa que não encontrei solução da última vez, a dor que assusta lembrar, a dor que anuncia a sua chegada constantemente toda vez que discutimos. Como pode alguém ter tanto de mim? Meu coração que há muito tempo vem tentando consertar os danos, procurar as partes perdidas e cicatrizar as marcas, está novamente ameaçado. Não tem forças para uma segunda vez, vai desistir antes mesmo de tentar. Não hei de achar uma saída.
Como machuca lembrar o que os meus olhos tentaram se recusar a enxergar, pois no momento em que a informação chegou até o destino, senti o ar mais pesado para respirar, senti a visão sair de foco e a mente trabalhar de maneira lenta, trazendo à tona todos os meus medos mais profundos e sombrios que há tanto tempo venho tentando ignorar.
Nestas horas em que paro para escrever, tento entender o que estou sentindo. Fica difícil transcrever algo incerto. Sinto a tristeza mais lastimável que poderia existir. Sinto as lágrimas escorrerem, mas não levaram consigo a minha dor. Sinto a raiva pela minha inocência em relação às suas palavras. E como um último lapso de consciência, sinto pena de mim.

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